30 de dezembro de 2003

Finalmente! Chego ao fim do ano com grandes esperanças

Não creio ser propriamente um visionário. Mas confesso ser bastas vezes mais um português sem grandes esperanças. Não um velho do Restelo, mas simplesmente um saudosista que vive das glórias do passado. Assim uma espécie de sportinguista a lembrar o célebre cantinho directo do Morais ou de benfiquista a recordar a Taça dos Campeões conquistada ao Real de Madrid transbordando de ídolos como Puskas ou Di Stefano.

Hoje tranquilizo-me e olho confiante para a saída da barra como se as naus de novo partissem, velas tensas, prenhes de vento soprando de feição, ao encontro de tudo o que é bom e que, inevitavelmente, chegará em 2004 como o Dr Barroso teve o cuidado de ir anunciar à televisão depois da benção do Papa. Para tanto bastou o Bartoon de Luís Afonso na edição de hoje do Público.

Contra a igualdade. Pela equidade. Ao ataque!Honra lhes seja feita ó eminências pardas da nossa imbecilidade política. As autarquias vos ergam estátuas nos largos fronteiros às sedes das câmaras e das juntas de freguesia. Os nossos poetas, passados, presentes e futuros vos cantem os nobres feitos em heroicos versos alexandrinos. Os deuses da fortuna derramem sobre vós as benesses merecidas em senhas de refeição, ajudas de custo e viagens de avião para o quinto dos infernos. A memória futura desta geração e das seguintes se não esqueça de quem foram realmente os responsáveis, com nomes em placas de bronze às esquinas das ruas. Porque de facto tem sido a Constituição a impedir o nosso progresso colectivo, apenas porque não é democrática. Tão pouco que até comunistas históricos a votaram, e para a aprovarem. E pasmem, bastardos descendentes do luso Viriato, até o Sr. Acácio Barreiros a votou, levantando o cu da cadeira e erguendo o braço com a mão fechada.

Vai, felizmente, ficar tudo resolvido agora. Substituir a "igualdade de direitos" pela "equidade" vai ser o definitivo salto em frente. Ninguém mais vai parar este Portugal em acção. A Europa que não pense em mais acordos sem que tenhamos a mesma representatividade dos maiores. Já adivinho a redimensionada eloquência dos Drs. Pacheco Pereira e Graça Moura nas tribunas de Estrasburgo. E adivinho a renovada atenção daquelas centenas de europeus convictos, sentados, a abanar aprovadoramente as cabeças. Só não diviso o Dr Soares pai, cujo mandato chegou ao fim e não está presente. E que estivesse, está velho e meio surdo, já não ouve bem!

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