19 de dezembro de 2003

Pacientemente à espera de Godot

Por questões relacionadas com erros cometidos pela incompetência da Telepac, já reclamados uma, duas, dez vezes e ainda não corrigidos, ligo um número telefónico que indicam nas facturas. Fico quinze minutos à espera que me atendam, ouvindo uma música incaracterística de que não gosto e algumas outras alarvidades já fora de prazo.

Finalmente uma voz feminina que me atende e que nem chega a ouvir o que tenho para lhe dizer e para reclamar. Dirige-de-me com o mesmo carinho com que o Paulinho Santos se atirava, de carrinho, às pernas do João Pinto. Para cúmulo a chamada cai e fico pendurado pelo pescoço como o pai Natal de plástico insuflável da loja aqui em frente. Como um enforcado. Ao menos isso poupou-me os hematomas nas canelas!

Solução: começar tudo do princípio. Mais quinze minutos de espera a ouvir música e disparates até ser atendido por uma voz masculina. Surpreendentemente mais correcta e simpática do que a da sua colega anterior, mesmo para mim, que continuo a preferir as mulheres. Sempre com medo de que a chamada voltasse a cair e eu tivesse de reiniciar o percurso, fui contando a minha história. Pela primeira vez fui bem atendido por alguém da Telepac, com correcção e que se interessou - deu pelo menos essa impressão - por resolver as questões que lhe foram colocadas.

Fico a saber que aquilo é um "call center", expressão creio que directamente importada do dialecto mirandês, e que para melhoria dos serviços funciona assim. Quer dizer, não funciona. E fico a contas com os meus botões, a repetir em múrmurio: é o progresso, estúpido!

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