21 de dezembro de 2003

Qual é o prazer que lhes dá?

Para mim é mais do que óbvio que os cargos políticos deveriam ser exercidos em regime de exclusividade e temporalmente limitados no que respeita ao número de mandatos. Duas enormidades desde logo, seguramente, no entendimento daqueles que estão dentro do redil. Como, ainda por cima, são eles que fazem as leis que acautelam os seus cada vez mais vastos e escandalosos interesses, estamos conversados.

Isso não impede que me questione cada vez com maior frequência sobre as motivações que levam políticos profissionais e desdobrarem-se por comentários nas televisões, intervenções nas emissoras de rádio e artigos nos jornais e revistas. Tanto mais que, como é público, nem o cargo de presidente de uma junta de freguesia é remunerado com o salário mínimo e, que me conste, em caso de doença não irá arrecadar os míseros cêntimos que o Dr Bagão reserva para os pobres.

Mas realmente o que acrescentam, em termos de mais valia, ao quotidiano da vida dos cidadãos - que somos nós todos! - os aparecimentos televisivos, pedantes e vaidosos, do Dr Pacheco, do Dr Santana, do Dr Carrilho ou do Eng Sócrates? E os chamados debates radiofónicos? E os artigos de jornal assinados, ridiculamente, pelo Dr Arnault, ministro? Não vão os leitores que o lerem, se os houver, equivocar-se e pensar que será um sósia da escrita ou um "clone" da figura.

Acabo, forçosamente, por concluir sempre da mesma maneira. Apesar dos ditos se auto-denominarem "opinion makers" que é, creio eu, uma expressão do dialeto barranquenho que deverá significar maqueiros de opinião. Em concorrência parcial com os bombeiros e o INEM. E é quase tão óbvio como as minhas convicções de início: é claro que os senhores políticos se masturbam, pelo prazer que isso lhes dá. Então não seria melhor dedicarem-se à internet, como o Dr Magalhães, e irem comprar o livro?

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