29 de janeiro de 2004

Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso

Greg Dyke, ex-director geral da BBC. Demitiu-se!Ontem foi divulgado o relatório Hutton que deixou mais tranquilo Tony Blair sobre a questão do Iraque e sobre a sua promessa de se demitir do cargo que desempenha, caso aí lhe viessem a ser atribuídas quaisquer responsabilidades. A comunicação social passou a utilizar vocábulos como "absolvido" e "ilibado", creio que por simples descuido e não intencionalmente ou por ignorância do seu significado objectivo.

Mal ou bem, todavia, nem sequer é isso que interessa muito. Interessam as consequências que, de imediato, os responsáveis da BBC, particularmente visados no documento, daí extraíram. Demitindo-se sem que lho tivessem exigido e sem que os editoriais do Sr José Manuel Fernandes tivessem já sido lidos em Downing Street.

Neste país de Pacheco a Dra Celeste Cardona desdobrava-se em peregrinações. À Assembleia da República, onde lhe exigiram que fosse. Às televisões, onde pensou meter no bolso a curta atenção dos telespectadores. Teve um desempenho perfeitamente burlesco. Em nenhum lado convenceu nenhum deputado, nenhum cego acreditou na sinceridade da expressão que não viu, nenhum surdo levou a sério as palavras que não ouviu.

Questionada sobre alhos, politicamente respondeu bugalhos. Sobre as possibilidades de se demitir em consequência das trapalhadas que a tiveram por fulcro, respondeu que seria ministra emquanto o Dr Barroso assim o entendesse. Como se lhe perguntassem as horas e respondesse que estamos em Janeiro.

Não são precisas muitas palavras, até porque se não pretende comentar aquilo que não carece de nenhuma explicação para que se entenda. Apenas se salienta a forma de estar. Da Dra Celeste Cardona não! Do director geral da BBC, Greg Dyke.

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