22 de março de 2004

Não precisamos de cangalheiro, já temos ministro da economia

O Dr Carlos Tavares é, ainda, o ministro da economia. É um mal-amado, mesmo que se apresente diariamente no seu melhor, de cabelo arranjado, fato feito à medida e sapatos engraxados por um paquete. Apesar dos esforços, dos cuidados com que os vendedores de banha da cobra lhe tratam da imagem, não consegue convencer e tem de tomar a bica sempre sozinho, solitário e apressado, como se tivesse lepra. O engenheiro dos supermercados já publicamente lhe fez saber que, este ano, lhe não manda pela Páscoa nem as amêndoas, nem o pão de ló.

Hoje, desavergonhadamente, veio fazer concorrência desleal ao plumitivo Cabo Delgado, digo, Luís Delgado, explicando o aumento superior a 4 por cento que os combustíveis já sofreram desde o início do ano, altura em que os respectivos preços foram liberalizados. Dizendo, de forma subentendida, que os portugueses são burros - ele é português mas já viajou muito pelo estrangeiro! - e que o cu não tem nada a ver com as calças.

Disse sua excelência, insolente, que a culpa é do clima e dos rigores do inverno que atrasaram, e muito, a sementeira da beterraba na Lapónia e a apanha da fava no concelho de Almeirim. Como se isso não bastasse, esgotaram-se as reservas que ainda havia no Beato e os custos de exploração do petróleo das Berlengas dificultam a rentabilidade da concessionária. Como um mal nunca vem só - como os ministros - a república federativa da banana e da madeira reduziu a quota com que abastecia o país, substituindo-a por poncha sobrada do arraial do Chão da Lagoa.

O país conclui que não precisa de cangalheiro. Já tem ministro de economia e isso basta-lhe!

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