15 de março de 2004

O mais curto caminho para o enriquecimento

Forbes: 23 dos milionários mais ricos são moscovitasComo é usual a revista americana Forbes publicou a sua lista dos 587 milionários mais ricos do mundo. Não há grandes novidades e, honestamente, é assunto que não preocupa muito os portugueses em que nos incluímos. Fronteiras adentro é questão que apenas diz respeito a António Chapallimaud e a Belmiro de Azevedo que, parece, têm assegurada uma reforma mais confortável do que aquelas que o Dr Barroso promete aumentar até não sabemos onde.

O Bill Gates, com os seus 48 anos, continua à frente. Tem razões para dormir tranquilo e pode até pagar razoavelmente à empregada doméstica e à ama dos filhos. Chega-lhe para usar um automóvel topo de gama para si e permitir que a mulher use também um utilitário próprio, desde que se refreie nos consumos. Pode, com alguma contenção, matricular os filhos em escolas particulares e pagar o suplemento para o autocarro que lhos irá buscar a casa. Que é de sua propriedade, embora modesta, com um pequeno jardim verde, uma curta piscina arrumada a um canto do quintal e uma garagem em que, apertados, cabem os dois automóveis da família.

O mais novo é um alemão de nome esquisito, que ocupa o 262º lugar na lista e que tem apenas 20 anos. Não lhe invejamos a condição, coitado. Deve ter começado a trabalhar ainda na barriga da mãe, nascido de 7 meses, de cesariana por não dispor de tempo para ajudar no parto. De certeza que só come hambúrgueres, de pé e à pressa, enquanto emborca a coca-cola do copo plástico. Não deve ter tido tempo sequer para tirar a carta de condução e deve deslocar-se nos transportes públicos. À pendura, para não gastar dinheiro, porque de outro modo não teria chegado tão cedo à lista da Forbes.

Dos nomes incluídos na lista, 23 residem em Moscovo. O que, desde logo, permite concluir que o comunismo foi a melhor via para a criação de riqueza e para o enriquecimento. Porque, naturalmente, as fortunas não foram construídas depois do regime ter sido posto de borco, de mãos algemadas atrás das costas, enquanto o senhor Ieltsin ia fazendo provas de vodka pura. Aconselhados pelo consultor Pacheco Pereira, nenhum deles mentiu sobre a fortuna: limitou-se a atrasar a sua divulgação e a ser criativo quanto ao montante.

Só não percebemos é onde e como o Dr Pacheco ainda arranja tempo para este tipo de aconselhamento e assessoria. De certeza que deve andar a trabalhar em excesso, o que se lhe não recomenda. Mesmo que possa receber os seus justos honorários nas ilhas Caimão.

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