15 de março de 2004

Os debates culturais do CDS

O democrático CDS do Dr Portas, nascido para as liberdades com as lutas liberais, desembarcado no Mindelo onde ainda se podem ver, embora sumidas, as pegadas deixadas na areia, promoveu na sua sede um debate sobre o tema "O Centro, a Direita e os Media em Portugal".

Como se esperava, foi um debate elevado, isento e justo. Como se evidencia nos curtos apontamentos que seguem, as ideias abundaram e a discussão também. Tantas como os pontos de vista. O eurodeputado Ribeiro e Castro salientou o excessivo peso ideológico da Esquerda na Comunicação Social e referiu, pelo menos, dois jornalistas que são simpatizantes do PS, outros dois do PCP e - perfeita heresia - um do Bloco de Esquerda.

Opinião diversa teve o intelectual António Pires de Lima que, como sabem, declama comunicados para as câmaras da televisão do Estado cujo presidente, comunista, foi nomeado pelo Dr Carvalhas. Para alegar que a imprensa em Portugal continua mais à esquerda que o país real. Que ele não sabe onde fica, mas de que já ouviu falar. E promete começar a conhecer logo que puder, tendo até mesmo adquirido o último mapa de estradas do Automóvel Clube.

Ao advogado Proença de Carvalho não foi possível estar presente por ter um convívio de antigos alunos do liceu. Mandou um vídeo com um testemunho em que salientava que ainda se não pode dizer que o pluralismo esteja consagrado nos media. Foi muito aplaudido e os presentes que tinham o seu número de telemóvel enviaram mensagens, a felicitar e agradecer o contributo inestimável, erudito, etc e coisa.

Finalmente o professor universitário João Marques de Almeida extravasou do tema e referiu-se à recusa do Dr Mário Soares em debater com o Dr Portas publicamente. De forma isenta e muito sensata - como se esperava da sua condição de pedagogo - comparou a atitude do Dr Soares à menorização com que o Estado Novo tratava os portugueses. Há uma raiz totalitária no pensamento de muitos dos que se dizem defensores da democracia e, afinal, não sabem o que é praticar a liberdade. Acrescentou ainda que, como toda a gente sabe, o ex-presidente da República continua a ser influenciado pelo marxismo-leninismo. Salientou não ter pessoalmente queixas do Estado Novo, nem sequer na época em que, ainda de calções, foi um garboso chefe de quina da Mocidade Portuguesa. E prontificou-se a dar explicações gratuitas aos que, como o Dr Soares, se deixam ainda influenciar pelas macabras ideias dos senhores Marx e Lenine.

A encerrar foi cantado em coro, desafinado, o hino nacional. Os que não sabiam a letra de cor ou ficaram calados ou seguiram atrás dos outros, fazendo de segunda voz. Um êxito!

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