26 de abril de 2004

A Ordem da Liberdade para Rosa Casaco!


Desde que o Dr. Mário Soares declarou, publicamente, o meu direito à indignação que me não contenho. Mesmo agora estou fulo. Fulo não! Passado, possesso, vermelho de raiva. Vermelho porque, infelizmente, a raiva se manifesta sempre nesta cor, de forma vergonhosamente alinhada com a esquerda do Dr. Louçã. Deveria poder-se ficar preto, verde, azul ou amarelo de raiva, conforme a preferência e o posicionamento político. Mas até nisto as reformas tardam ou se finge que se fazem, como sabiamente esclareceu o Dr. Alberto João na colónia da Madeira e que está sempre certo em tudo. Menos no partido a que pertence.

O Dr. Veja lá se tem um tempinho para por alguma ordem no partido. Deixe um pouco para lá essa sua azáfama persistente de mulher a dias, deixe o forte sem lhe limpar o pó por uns momentos. Por uma vez adie um dos seus compromissos com a D. Cinha e ela que aproveite para ir dar chá à filha. De preferência de Fafe. Adie por uns dias a recepção dos submarinos que hão-de subir, embandeirados, Tejo acima, até Vila Velha do Ródão. Com o Sr. ministro, de óculos escuros, no convés recebendo os aplausos das margens e dos habitantes de Almourol

Então já viu o desaforo? Já ouviu as declarações daquele seu ajudante não sei quê de Lima? A falar nas condecorações do 25 de Abril e na Dra. Isabel do Carmo, bombista conhecida com consultório aberto e deslocações ao domicílio? Não se admitem tais práticas esquerdistas com o homem a fingir-se do reviralho. O partido não deve ir, nem por palavras, além do 24 de Abril. Os seus membros devem continuar a atravessar o Tejo utilizando as pontes Marechal Carmona e Oliveira Salazar, enquanto se benzem e rezam com devoção a Nossa Senhora de Fátima.

Então a esquerda lutou pela liberdade? Quando? Onde? Confortavelmente metida à sombra no forte de Peniche, circunscrita a celas individuais para não ser molestada. A dormir a sesta e a desenhar hieróglifos minúsculos em rolinhos de papel vegetal à espera da hora do almoço. Durante anos apenas meia dúzia, mal contada, ousou saltar o muro e atirar-se ao trabalho que aguardava cá fora. E mesmo assim arrependeu-se logo e desistiu, rumando aos países de leste a obter asilo e a comer à conta, sem mexer uma palha.

Para quando a reabilitação dos patrióticos elementos da Pide que durante tantos anos permitiram que o Dr. Salazar velasse pela evolução da pátria enquanto tranquilamente pensava nas colónias e rezava o terço! Para quando a beatificação de um tal santo que, como se sabe, ensinou o catecismo ao Cardeal Cerejeira. Ele, que rapidamente e em força, mandou as forças armadas para África, a defender a fé, o império e os pretinhos da Guiné. E, ainda, para quando o reconhecimento dos muitos heróis anónimos que combateram pela liberdade? Rasgando os cartazes da extrema esquerda, do partido comunista, do partido socialista e do PSD? Que assaltaram sedes desses partidos em todos os concelhos, atiraram os trastes pelas janelas e lhes pegaram fogo. Partiram vidros e arrancaram portas, esperaram militantes e lhes acertaram o passo. À porrada e à bomba, sempre que, no superior interesse do país e da democracia, isso foi de todo necessário.

Vamos, Dr. Paulo Portas. Assuma-se e faça a proposta! O senhor Rosa Casaco, mesmo em mangas de camisa, deve ser condecorado no 10 de Junho. O Dr. Salazar deve ser transladado para o Panteão Nacional, a sua estátua deve ser devolvida a Santa Comba Dão e o seu nome reposto em todas as tabuletas toponímicas. Deve ser reconhecido ao almirante Thomaz a vocação natural para a escrita e a fluência, electrizante, do discurso. Devem ser atribuídas pensões às famílias de todos os agentes e bufos da Pide, incluindo descendentes, por actos de heroicidade na luta pela democracia do 24 de Abril. E contidos os excessos esquerdistas daquele não sei quê de Lima!

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