8 de julho de 2004

Processo de democratização em curso

Com intranquilidade, sobressaltos e atropelos variados, lá continua, cantando e rindo, o processo de democratização do Iraque. Em má hora decidido por W. Bush que, entre outras coisas, poderá ter abdicado de um segundo mandato na Casa Branca e privado a sua família de alguns convívios ao serão e de férias mais prolongadas no rancho do Texas.

O termo da guerra foi, como se sabe, anunciado da mesma forma como foi divulgado o seu início: unilateralmente e sem testemunhas. Neste ainda foi anfitrião José Barroso, - forget about Durão! - primeiro-ministro do governo de gestão português que, nos Açores, serviu os aperitivos e as entradas. Depois disso a paz vem-se consolidando, cada vez à custa de mais vidas humanas e de mais cruzes plantadas nos cemitérios dos Estados da União. Com a alegria e o orgulho de quem triunfa.

Entretanto, democraticamente, W. Bush fez nomear o governo interino do Iraque com cuja posse rejubilou o povo iraquiano. Especialmente quando lhe foi exibido, como se fosse uma pessoa, o ex-ditador Saddam, usando roupas lavadas e sem rasgões à vista. Convenientemente acorrentado como se fosse descer ao porão de antiga nau transatlântica, de proa já apontada à foz do rio Hudson, a agarrar-se, como voluntário à força, a um pesado par de remos. Para o exercício físico que lhe mantenha a forma e lhe prolongue a vida.

Não perdeu tempo e, democraticamente também, o governo interino tomou decisões que, durante horas, na manhã de ontem, foram aplaudidas em batalhas ruidosas - e ruinosas! - nas ruas de Bagdad. Sem bailarinas e sem danças do ventre, embora com duas mil e uma noites no horizonte. Sendo assim, atribuiu-se as competências necessárias para a imposição da lei marcial, a proibição de reuniões e protestos e a intercepção de cartas e telefonemas. O processo de democratização continua em curso!

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