Conversas em família – Take one
Santana Lopes, envergando o fato do primeiro casamento, usando óculos de quem tem a vista cansada como as operadoras de caixa do Continente, cabelo puxando para trás deixando a descoberto pronunciadas entradas que conferem alguma respeitabilidade apesar do gel, falou ao país. Fê-lo sem recurso ao teleponto, lendo durante mais de dez minutos um texto escrito em folhas de papel branco como qualquer aluno leria a lição do dia se houvesse professores colocados e a sua escola funcionasse normalmente.
Deu à comunicação a mesma dignidade que lhe daria qualquer sindicalista regional ou o vogal de qualquer associação de comerciantes concelhia do interior. Nitidamente não percebia o que significavam os números que pronunciava nem isso era importante. Fez a apresentação pública do orçamento de estado e, como pároco de turno, indicou ao hesitante eleitor insular o sentido de voto para o próximo domingo. Conteve-se e não se aventurou a fazer prognósticos sobre o Benfica - Porto do próximo fim de semana. Por pudor não referiu sequer as ajudas materiais que o país recebe em bananas da Madeira e queijos de S. Jorge.
Enumerou tudo o que o seu governo já fez e decidiu em menos de três meses, trabalhando vinte e quatro horas de dia e outras vinte e quatro de noite como, no passado, sugeriu Samora Machel. Culpou de tudo os governos que antecederam a feliz coligação em que o seu gabinete tem reduzido o desemprego à razão de treze unidades por dia e, sobre o arrendamento urbano, ameaçou excomungar António Salazar e a sua governanta, D. Maria. Não prometeu para já a descoberta do caminho marítimo para a Índia, mas certamente chegará ao Brasil, fundará cidades, construirá igrejas e evangelizará o gentio. Este país há-de cumprir seu ideal!
Deu à comunicação a mesma dignidade que lhe daria qualquer sindicalista regional ou o vogal de qualquer associação de comerciantes concelhia do interior. Nitidamente não percebia o que significavam os números que pronunciava nem isso era importante. Fez a apresentação pública do orçamento de estado e, como pároco de turno, indicou ao hesitante eleitor insular o sentido de voto para o próximo domingo. Conteve-se e não se aventurou a fazer prognósticos sobre o Benfica - Porto do próximo fim de semana. Por pudor não referiu sequer as ajudas materiais que o país recebe em bananas da Madeira e queijos de S. Jorge.
Enumerou tudo o que o seu governo já fez e decidiu em menos de três meses, trabalhando vinte e quatro horas de dia e outras vinte e quatro de noite como, no passado, sugeriu Samora Machel. Culpou de tudo os governos que antecederam a feliz coligação em que o seu gabinete tem reduzido o desemprego à razão de treze unidades por dia e, sobre o arrendamento urbano, ameaçou excomungar António Salazar e a sua governanta, D. Maria. Não prometeu para já a descoberta do caminho marítimo para a Índia, mas certamente chegará ao Brasil, fundará cidades, construirá igrejas e evangelizará o gentio. Este país há-de cumprir seu ideal!
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