20 de outubro de 2004

A lavagem de roupa suja

Mal vai o país se pensa que não tem outra doença que não seja um pequeno quisto sebáceo, inofensivo, que se pode extirpar com a facilidade de que fala o cirurgião Mário Soares, quase sem anestesia e sem necessidade de convalescença. Pior ainda se puder pensar que a doença se localiza apenas ao nível dos balneários e das salas de imprensa dos estádios de futebol e que, por isso, é passageira e está temporalmente localizada. Não minimiza o abcesso nem reduz o inchaço supor que o problema se pode ultrapassar com a mudança do regime alimentar dos senhores da Costa, Vieira ou Veiga que, desde sempre, nunca se afirmaram como frequentes consumidores de chá nem como súbditos da rainha Victoria. Vai mal porque está redondamente enganado!

Ainda há momentos um chamado fórum diário da TSF lançou na arena o deputado Arons de Carvalho e o jornalista Mário Crespo. Como duas mulheres de soalheiro ou, com o devido respeito, duas varinas de canastro à cabeça, transbordando de petinga, e mão ameaçadoramente na cintura. Este país é uma vergonha em que nos limitamos a eleger democraticamente pequenos ditadores a que nem chega o ridículo de Chaplin. Aprendizes de feiticeiro que se cultivam a ver o burro da quinta das inutilidades e a ler a filosofia política de Thomaz e de Pinochet. Deus nos ajude a vermo-nos livres deles, porque a vontade, infelizmente, está visto que nos não basta.

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