28 de novembro de 2004

Mea culpa

Desde criança que toda a gente, em todo o lado, tem passado a vida a azucrinar-me a cabeça com a velha fábula de que só o trabalho dignifica, só o trabalho honra, só o trabalho dá saúde, só o trabalho produz riqueza. Sempre que por vontade própria me recusei a trabalhar fui rapidamente apelidado de indigente, vadio, doente mental e calaceiro que não tem onde cair morto. Sempre me fui marimbando para isso e, ao típico jeito português, fugindo para a frente na expectativa de que a turba pudesse ficar para trás. Na vida, como nos impostos, não se devem pagar os que estão em mora, deve-se é fugir dos fiscais!

Desta vez rendo-me à evidência e faço o meã culpa, de mão no peito se ainda assim o continuarem a exigir práticas ancestrais. Um pasteleiro - entenda-se confeiteiro na terminologia minho-galaica de além Douro! - e um operário têxtil acabam de ganhar mais de 44 milhões de euros no euromilhões. Não saiu a nenhum dos herdeiros do António Champalimaud, foi a dois simples trabalhadores. De facto o trabalho é que dignifica, honra, cura e faz enriquecer!

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