1 de fevereiro de 2005

Divergências

A Administração Regional de Saúde do Norte indica que nesta região do país há 60.000 pessoas em lista de espera para uma cirurgia. O Ministério da Saúde, que por acaso até tutela os primeiros serviços, diz serem apenas 45.000 pessoas. O resto é um edificante diálogo de surdos que decorre com a elevação da pré-campanha eleitoral, sem ataques pessoais e sem insinuações de nenhuma espécie.

A ARS diz estar mais actualizada do que o ministério. De onde obviamente decorre que há posições invertidas - sem intenções malévolas para descanso dos candidatos Lopes e Sócrates! - e que deverá ser aquela a assumir a tutela do ministério, colocando o ministro como amanuense num qualquer centro de saúde sa. Por sua vez o ministério afirma que os números não são comparáveis porque se chegou a eles por critérios diferentes: a ARS utilizou uma calculadora de secretária, com vinte anos de idade, enquanto o ministério fez a contagem utilizando seixos das praias da Foz e utilizou o auxílio dos dedos sempre que necessário.

Numa coisa, pelo menos, não divergem: a lista é grande mas o tempo de espera é hoje muito mais curto do que era em 2002. Parece que os inscritos passaram a ter menor esperança matemática de vida e a finar-se muito mais rapidamente. Antes assim! Por mim, já receava que a redução das listas do resto do país se tivesse conseguido à custa das exportações para norte do rio Douro.

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