10 de fevereiro de 2005

Essa não D. Simone

Essa não D. Simone! Então a senhora recebeu um convite do PSD para estar presente num jantar com personalidades ligadas à cultura do país e esperava que o repasto, para além da sobremesa, do café e dos digestivos, visasse depois a recolha de fundos para a aquisição de uma sede para um agrupamento de escuteiros ou, eventualmente, o lançamento da candidatura do senhor cardeal patriarca ao ceptro papal. Mesmo sabendo-se que nunca nenhum papa foi eleito por sufrágio directo dos eleitores inscritos neste país de carnaval, incluindo os dos concelhos de Alcochete e da Moita do Ribatejo.

Tivesse a D. Simone a provecta idade da D. Agustina, carregasse atrás de si os sucessos editoriais que ela carrega, suscitasse a mesma pacífica submissão que ela suscita e isso tudo lhe seria desculpado. Com os habituais desabafos de atribuir à idade e às cataratas a visão insuficiente e o erro da pontaria. Mas essa de ir a um jantar onde, à volta da mesa, o Dr. Santana disserta sobre a erudição do seu livro de crónicas sobre a bola e a superliga, e esperar encontrar-se com o verdadeiro Santo António de Lisboa, muito solene no seu altar, não lembra ao diabo. Saiu o tiro pela culatra, à conta das velhas G3 que fizeram a guerra colonial e que o ministro Portas ainda não substituiu, apesar dos protocolos. E saiu-lhe um daqueles santos das Caldas, de hábito preto e comprido, a que se puxa um cordel pendente das costas. Para que exponham as suas propostas eleitorais!

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