26 de julho de 2005

Terrorismo

Jean Charles de Menezes, brasileiro, legalmente residente no Reino Unido, foi há dias assassinado, numa estação de metro, com oito tiros disparados por um zeloso agente à paisana das polícias de sua majestade, com comando em Downing Street, 10. Tudo sem lhe perguntarem nome, idade, filiação ou preferência clubista, segundo o velho princípio das democracias inspiradas em Benito Mussolini, de disparar primeiro e perguntar depois.

Sorte do anónimo e invisível terrorismo contra quem, segundo se diz, o afoito agente julgava disparar. Se, por acidente, tem estado no lugar do brasileiro tinha acabado ali, de borco, transformado em crivo, num lago de sangue e o problema de George Bush estaria resolvido como já de há muito está o do Afeganistão. Onde actualmente uma sólida democracia parlamentar, funcionando segundo as mais apuradas regras do tio Sam e onde o governo nunca é derrubado por duas dezenas de trogloditas com o estatuto de deputados e a mentalidade de australopitecos.

Mais rápido do que a luz o choroso governo de sua majestade enviou o primeiro-ministro para uma estância balnear grega e o ministro dos negócios estrangeiros bater à porta do palácio do planalto, trajando de gala e com um barbante ao pescoço como Egas Moniz, a apresentar desculpas. Lá para o interior a pobre família do Jean Charles aguarda que as desculpas o possam ressuscitar ao terceiro dia e pensam que o mesmo devia ser parecido com o terrorismo pra caramba. Se não tivesse sido isso, não o tinham confundido e crivado de balas!

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