12 de outubro de 2012

Oposição acelera a favor do saque


Foi ontem notícia o facto do grupo parlamentar do Partido Socialista, ao que dizem na oposição, ter adquirido quatro viaturas Audi por mais de 200.000 euros, à conta do orçamento da Assembleia da República, que o mesmo é dizer à nossa custa. Manifestando assim o seu acordo e a sua solidariedade para com o rapaz que exerce o cargo de ministro das finanças e dando absoluta cobertura aos assaltos à mão armada que o mesmo e a sua quadrilha persistem, impunemente, em levar a cabo como se cada um de nós fosse uma máquina multibanco.

Houve logo vozes antipatrióticas de desmancha prazeres que se fizeram ouvir, incapazes de perceber até que ponto a decisão contribui para a equidade, para a superação da crise e para a erradicação da pobreza, principal objetivo do governo e do engenheiro Ângelo Correia. Porque a igualdade entre portugueses não se promove com uma frota de Fiat Punto nem a crise se ultrapassa sem custos financeiros que a troika nos cobra pela desinteressada “ajuda” que nos dá e sem o contributo de assessores, qualificados no dispêndio e inúteis no esforço. Mas isto são contas de outro rosário porque, se não fosse isso, até o jovem Mário Soares poderia ser candidato a ministro das finanças e não apenas uma edição antiquada do professor Marcelo a dar palpites ou de um montador (salvo seja) de tartarugas.


Claro que quem não se sente não é filho de boa gente. E a estrutura do partido dirigido por aquele rapaz que já esta semana foi à Disneylândia, visitar o pateta, não perdeu tempo a reagir. De forma rápida, simpática e, sobretudo, inteligente, por intermédio, claro, de responsáveis de primeira linha. Como Francisco Assis que, de Amarante a São Bento e do Terreiro do Paço a Felgueiras, conhece todos os sinuosos carreiros do poder, com todos os proventos, todas as mordomias e, naturalmente, todos os múltiplos e variados automóveis de  serviço. E como Carlos Zorrinho, deputado por nomeação vitalícia, acidentalmente secretário de estado e aspirante a um lugar à volta da gamela onde o Tozé e Séquito, SA sonham meter as mãos, os queixais e chafurdar livremente.

Ambos, legítima e demagogicamente, afirmam estar no parlamento em minha representação, sem que eu alguma vez lhes tivesse conferido mandato e considere o acto simples usurpação de funções como se me viessem dizer que eram o professor Karamba em pessoa e que me iam resolver os problemas do mau olhado. Ou a Senhora de Fátima, que me ia recomendar para um lugar de prestígio no parlamento celeste, onde não faltam nem o dinheiro, nem as mordomias, nem os automóveis de serviço e não são precisas cadeiras. Desculpem mas não, essa das setenta virgens à espera de cada um seria uma violência e a história pertence a outra freguesia... e depois nem se sabe se apreciariam a dádiva do profeta!

E disse Assis que qualquer dia queriam, não se sabe quem, que o chefe do grupo parlamentar andasse de Renault Clio, não revelando quanto lhe terá pago a marca francesa pela publicidade, sendo certo que a referência não terá sido grátis. Como em tempos lhe tentaram explicar em Felgueiras, os portugueses que ele representa estarão de acordo em que seja lá quem for utilize um Renault Clio no dia em que cada um deles tiver também um ao seu serviço, com os menos de 400 euros que lhes deixam de salário mínimo. Até lá têm os senhores deputados os transportes públicos ao seu dispôr, de que devem socorrer-se, a expensas próprias.

Da sua cátedra universitária Zorrinho concluiu, de forma superior, que a democracia tem custos, como as batatas, as castanhas e a couve galega. Não especificou a que democracia se referia e ficam dúvidas se falava do Afeganistão ou do Iraque ou mesmo da república dos Prakistão. Mas tem custos, pois tem, que os orgãos de soberania arrecadam à má fila e à mão armada. Para os mais diversos e inconfessáveis fins!

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