13 de março de 2013

A volta a Portugal


Parece que António José Seguro, um rapaz que já fez 50 anos embore continue a exibir uma mentalidade de 10, iniciou ontem, em Braga, aquilo a que ele próprio chamou uma volta a Portugal. Sem todavia especificar se era a pé, em bicicleta ou em automóvel. E sem dizer se a mesma tinha a benção do senhor arcebispo da cidade, de momento muito ocupado a seguir na televisão, em direto e a cores, a eleição de mais um sucessor de Pedro, a usar sapatos vermelhos em vez de sandálias.

Seguro julga-se um predestinado enviado por qualquer personagem de um filme de Spielberg e por António Guterres, para nos salvar da mediocridade, da ignorância e da miséria a que uma obtusa classe política, à imagem da que reina na Madeira, nos tem patriótica e peregrinamente conduzido. De facto ninguém mais indicado e mais qualificado do que ele, para nos representar, de preferência e por vocação sozinho, com os elementos da sua quadrilha à volta. Sem que nos assaltem veleidades de invocar qualquer tipo de participação, que não seja fazer uma cruz num bocado de papel que tivemos de pagar bem caro e antecipadamente. Quando o inquilino de Belém decidir interromper os seus árduos trabalhos de resolução da crise, para uma bucha e a convocação de eleições.

Para uma partida de sueca ao ar livre, sem parceiros suficientes, com as regras viciadas e as cartas marcadas, parece que Seguro atirou ao ar, como se fosse um foguete sem cana, a ideia patriótica e peregrina de uma união de esquerda, seja lá isso aquilo que for, para as eleições autárquicas. Porque mesmo reclamando-se de esquerda, se ele, se Sócrates e se Guterres – com compreensão pelos momentos solenes em que assiste à missa e toma a comunhão – são esquerda eu, que não sou capaz de pegar um saco de compras com a mão esquerda ou dar um pontapé numa lata abandonada no passeio, sou canhoto de pés e mãos e, seguramente, do resto do corpo.

Ao que parece propunha desde logo o apoio para os candidatos que já tem selecionados, entre correlegionários, amigos e afilhados. Deixando para as calendas a complicada questão da Câmara ou de Câmara que tanto tem preocupado Belém, mantendo as luzes acesas até alta madrugada e feito disparar a factura da EDP, para benefício do senhor Mexia e do seu patrão chinês. Quando a questão começa aí: Menezes não pode ser candidato em mais nenhum lado e aquele dirigente do Benfica que mora em Sintra também não. Como não pode nenhum outro, em nenhum lado. E vamos lá clarificar as coisas: seja membro de ou da Junta de Freguesia, de ou da Câmara municipal. Porque pura e simplesmente não há eleições nem para presidentes de ou da junta nem para presidente de ou da Câmara!

1 Comentários:

Às 5:55 da tarde , Blogger contradicoes disse...

O quanto me desiludiu este líder. Ele não é mais do que a mesma edição do Passos Coelho apenas com um rótulo diferente mas o mesmo conteúdo.

 

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