1 de maio de 2013

Dia do trabalhador


Fui ver como paravam as coisas pela Avenida dos Aliados. Não porque ali se concentram os elementos afectos à CGTP, mas apenas porque a concentração da UGT ocorre mais fora de mão, para os lados da Avenida da Boavista, tanto quanto sei. De resto nunca compreendi por que razão os interesses dos trabalhadores divergem, porque se confrontam como adversários, porque se alinham politicamente com os partidos.

Não sei bem como qualificar o primeiro de Maio. Não vejo que se possa sentir como uma festa, quando os dias que passam deixam cada vez menos rasto para celebrações, com crianças sem pão e, pelas estatísticas legais, quase um milhão de desempregados. Número que cresce quanto mais o governo manifesta a sua intenção de combater o flagelo.



Não sinto também que possa ser uma jornada e uma forma de luta que vise conseguir a mudança da situação política. Porque a correlação das forças em presença é desproporcionada e cada vez o é mais. A concentração da riqueza é cada vez maior, a miséria – que os governos persistem em estabelecer por decreto – alastra ao que se convencionou chamar classe média, que não sei o que é.

Trouxe de regresso um certo desencanto, uma quase frustração. Nem havia tanta gente que fizesse transbordar os Aliados. As dificuldades, as muitas e sempre crescentes dificuldades, não são factores de motivação. Há pessoas numa encruzilhada em que a elementar subsistência absorve já todas as energias. E casos em que mesmo isso não consegue os objectivos.

Ao entrar em casa uma qualquer emissora de rádio noticia que o secretário-geral da CGTP gostaria de ter visto maior número de pessoas nas manifestações. Isso me confirma que não estou enganado. Também eu gostaria de ter visto muito mais gente, de ver toda a gente que vende o seu esforço. Unida num único conjunto, perseguindo um só objectivo. Com a força suficiente para que alguma coisa pudesse mudar. Para melhor!

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