23 de maio de 2013

Luís Osório, nome de burro


Antigamente, no tempo em que o arroz carolino era ao preço da uva mijona, carregava-se um burro com dois alforges cheios de livros e tinha-se um doutor, ilustrado, culto e sábio, com carta de curso e tudo. Que de repente era capaz de escrever português que não envergonhasse o saudoso Fernando Pessa, falar francês, ler as legendas dos filmes americanos de “cowboys” e acompanhar a missa em latim.

Mas os tempos mudam tudo e, para além da vergonha, de uma atrasada e vil tristeza e de uma vida de miséria, o país, e os respetivos indígenas, perderam a vergonha, a independência, as boas maneiras e os princípios essenciais que as gerações anteriores respeitaram e nos tentaram transmitir. E mesmo o burro, para ser doutor, não precisa de ser carregado de manuais e de compêndios. Pode consegui-lo ao domingo – porque já nem os burros têm semana inglesa -, por equivalência – à semelhança de qualquer ex-ministro, a espécie vegetal mais parecida com o burro – ou simplesmente usando nome de gente. E, para complemento, sentar-se à frente de uma estante carregada de revistas com que se ilustram as socialites da linha – grande termo e distinta ocupação -, misturadas com alguns dos sucessos da D. Margarida Rebelo Pinto, a olhar para um computador pessoal que se não sabe para que serve e muito menos como funciona.



Arranje-se um distinto jumento de Miranda e dê-se-lhe um nome vulgar, até Luís Osório serve. Ver-se-á como o processo é mais rápido do que as licenciaturas de Bolonha. Meta-se a cunha, fundamental e indispensável, para a inscrição no sindicato dos jornalistas e arregimente-se um empenho junto de um dos acionistas de um semanário que, mesmo editado nesta freguesia do Cabo da Roca, seja propriedade de ricaços angolanos, democratas como o Zédu e descendência. Teremos de imediato um jornalista de sucesso, no ordenado, no carro de serviço, no cartão de crédito, nos convites para os programas de televisão e nas reportagens no estrangeiro. E para isso terá apenas de fazer o que não sabe, que é escrever. Sobre assuntos que desconhece como, por exemplo, a chegada dos filhos dos retornados ao poder. Porque o nosso asno doméstico – por contraposição a retornado! -  ignora que quem está no poder são os fanáticos dos popós, como ele... Se tiverem dúvidas sigam a ligação abaixo e tirem-nas: é uma obra prima da ignorância e da estupidez natural!

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