30 de maio de 2017

Escrevo liberdade

Esmero a caligrafia e escrevo liberdade
Com uma letra pequenina e muito regular,
Como se fosse um lago no meio da cidade
Ou um cheiro fresco a maresia, um sabor a mar.
Sinto-lhe o ritmo, escuto-lhe a melodia,
Apurado alimento que é para os sentidos
E soletro-a toda a noite, até ser dia
Como se fosse música a entrar pelos ouvidos.
Depois liberdade é uma palavra apenas
Com uma corda à volta do pescoço,
Minúsculo peão indefeso no centro das arenas
Vítima dos clamores que vejo e ouço.
Pronta para a execução sem julgamento,
Palavra solta a ser levada pelo vento.

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