2 de agosto de 2017

As águas do rio tranquilo

As águas do rio tranquilo, correndo sob o branco das nuvens de um dia ao sol. As margens de um verde único e denso, sabendo a mar e abrigando milheirais em que voam borboletas livres e seios erectos de mulheres maduras, arfando de calor e de desejo metálico e submerso. O Verão a desenhar-se na corrente caindo dos açudes, como se fossem barcos, quando o azul é mais azul e os peixes sobem para as nascentes. As espigas de milho crescendo para a festa das colheitas, com a eira pronta para o sol nocturno e para a celebração do dia nas veias da desfolhada. A noite da cidade a dar-te pela cintura, o reflexo das luzes abrindo-se sob o teu rasto mágico, blusa fresca sob o brilho cintilante das estrelas. O sal da tua boca no sangue dos meus dedos, a tua mão inteira sobre o espasmo solitário do meu braço.

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